Ellen Johnson Sirleaf
Presidenta liberiana e primeira presidenta eleita de um país africano, filha de pai de etnia Gola e mãe de etnia Kru. Nasceu na cidade de Monróvia com o nome de nascimento de Ellen Johnson, alterado quando aos dezessete anos se casou com James Sirleaf, com quem teve quatro filhos que ficaram com o pai após um divórcio motivado por violência e abusos. Obteve formação superior nos Estados Unidos (1962), na Faculdade de Negócios de Madison e na Universidade de Harvard, onde realizou o Mestrado em Administração Pública.
Na Libéria, trabalhou no Departamento do Tesouro e chegou a ser Ministra das Finanças (1979) sob o governo de William Tolbert. Durante o golpe militar que depôs este presidente, em 1980, Ellen foi uma das únicas pessoas do gabinete a não ser executada. Foi nomeada pelo novo presidente, Samuel Doe, presidenta do Banco Liberiano para Desenvolvimento e Investimento, o que não impediu que fosse presa duas vezes e, finalmente, exilada. Em quinze anos de exílio, trabalhou para o Citibank no Quênia e no Banco Mundial para o Programa de Desenvolvimento da ONU.
Nas eleições presidenciais de 1997 foi derrotada por Charles Taylor numa disputa desigual, uma vez que seu adversário tinha uma estação de rádio privada e o exército mobilizado a seu favor. Voltou a disputar a presidência em 2005. Impulsionada por movimentos de mulheres pela paz capitaneados por Roberta Leymah Gbowee, que conferiram a ela legitimidade moral e política, foi eleita entre 22 candidatos, derrotando a estrela do futebol, George Weah, no segundo turno, em janeiro de 2006. Herdou um país devastado pela guerra e com desemprego em torno de 85%. Suas principais realizações como presidenta foram o perdão da dívida externa da Libéria, um programa para a redução da extrema pobreza e uma reforma completa do sistema legal do país.
Ellen Sirleaf foi a responsável pela primeira transferência pacífica de poder na Libéria em quase 50 anos, depois que o partido dela, o Unity Party, foi derrotado no segundo turno das eleições liberianas de dezembro de 2017.
Mas a economista Ellen Jonhson Sirleaf se tornou sinônimo de pioneirismo. Foi a primeira mulher eleita presidente no continente africano, em 2005 na República da Libéria, pequeno país da África Ocidental. Ela e Leymah Gbowee foram as primeiras liberianas a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2011, dividido com a iemenita Tawakel Karman, líder pró-democracia do movimento pelos direitos das mulheres e pela imprensa livre no Iêmen. Ellen e Leymah foram eleitas pelos esforços de valorização das mulheres e pelas ações não-violentas para por fim à guerra civil no país. Além disso, Ellen Sirleaf foi a responsável pela primeira transferência pacífica de poder na Libéria em quase 50 anos, depois que o partido dela, o Unity Party, foi derrotado no segundo turno das eleições liberianas de dezembro de 2017.
No início de 2018, Sirleaf se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio Mo Ibrahim para a Excelência na Liderança Africana. A premiação é uma das mais prestigiadas e importantes do continente africano. Foi instituída em 2006, para dar visibilidade aos chefes de Estado ou de Governo que tenham feito uma administração responsável e conciliadora, que tenham deixado o cargo há pelo menos três anos, que tenham sido democraticamente eleitos e que tenham cumprido seus mandatos de forma justa e de acordo com a Constituição de seus países. Ou seja, uma homenagem que celebra apenas as lideranças políticas consideradas excepcionais.
Durante a campanha de 2005, Sirleaf defendeu a bandeira de que décadas de exercício de poder dos homens na política liberiana tinham feito o país descer ao fundo do poço, por duas vezes. Era necessário injetar ‘um pouco de sensibilidade maternal à presidência do país’
Convenhamos que são regras bem excludentes em se tratando dos históricos democráticos da maioria dos países africanos (e sul-americanos também). Tanto que, nos 12 anos em que o prêmio existe, apenas cinco ex-mandatários receberam a comenda: o ex-presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, em 2007; o ex-presidente do Botsuana, Festus Mogae, em 2008; Pedro Pires, ex-presidente de Cabo Verde, em 2011; e Hifikepunye Pohamba, da Namíbia, em 2014. Nelson Mandela recebeu o prêmio honorário em 2007.Ao anunciar Sirleaf como vencedora, o chefe do comitê de premiação da Fundação Mo Ibrahim, Salim Ahmed Salim, justificou a escolha lembrando que a ex-presidente liberiana “tomou o comando de uma Libéria destruída pela guerra civil e liderou um processo de reconciliação que se concentrou na construção de uma nação e de suas instituições democráticas. Hoje, a Libéria enfrenta muitos desafios. No entanto, durante os 12 anos no cargo, Ellen Johnson Sirleaf estabeleceu os alicerces sobre os quais a Libéria agora pode construir”.O sucesso relativo da ex-presidente Sirleaf no governo na Libéria se deve ao fato de ela ter levantado, ainda na campanha presidencial de 2005, a bandeira do protagonismo feminino como uma das mais importantes. Afinal, o país havia sido liderado exclusivamente por homens desde a fundação da república liberiana, em 1847. Chamada de “o nosso homem” pelos colaboradores mais próximos, a alcunha nada tem a ver com uma visão preconceituosa, mas, sim, com o fato de ela ter se tornado a prova viva de que era possível às mulheres ocuparem postos geralmente dominados pelos homens.
Citações..:
"O tamanho dos seus sonhos deve sempre exceder sua capacidade atual para alcançá-los. Se os seus sonhos não o assustam, eles não são grandes o suficiente."
"Para meninas e mulheres em todos os lugares, eu emita um convite simples. Minhas irmãs, minhas filhas, meus amigos; Encontre sua voz"
"Se seus sonhos não te assustam, você não está sonhando grande o suficiente."
"Futuras gerações nos julgarão não pelo que dizemos, mas o que fazemos."
"Acredito que existem certos atributos em uma mulher que lhe dão algumas vantagens sobre um homem. As mulheres são geralmente mais honestas, mais sensíveis às questões e trazem uma sensação mais forte de comprometimento e dedicação ao que fazem. Talvez porque fossem mães, e sendo uma mãe que você tem essa atenção especial para a família, para os jovens, para crianças ..."
"Eu acho que a maioria dos povos liberais querem paz."
"As mulheres trabalham mais. E as mulheres são mais honestas; Eles têm menos razões para ser corrupto."