Mais de 140 mil pessoas que vivem nas 16 comunidades que fazem parte do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, convivem há décadas com confrontos frequentes entre bandidos e policiais. Na última terça-feira (11), uma operação da Polícia Militar no conjunto de favelas terminou com 3 mortos, sendo um policial do Bope, em mais um dia de caos na região.
Os confrontos aumentam assim como a lista de vítimas dessa guerra que atrapalha a vida de milhares de trabalhadores e estudantes que moram nas favelas do complexo.
Há nove meses, o Brasil teve acesso a imagens de criminosos de fuzil treinando em um centro comunitário na Maré. Nos vídeos, era possível ver instrutores ensinando grupos de 15 a 20 homens, todos armados com fuzis, fazendo exercícios militares e treinamentos semelhantes aos feitos pelas forças de segurança.
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As imagens também revelaram crianças armadas e até uma metralhadora ponto cinquenta, capaz de derrubar um avião.
Operações diárias
Duas semanas depois, o Governo do Estado começou uma grande operação na região. No dia 09 de outubro, cerca de mil homens das polícias Civil e Militar foram para as comunidades dominadas pelo tráfico para cumprir 54 mandados de prisão.
No segundo dia de operação, as forças de segurança retomaram o clube usado pelos traficantes. Os agentes fizeram incursões quase que diárias durante mais de um mês.
No fim de novembro, o governo fez um balanço das ações: apesar dos 54 mandados de prisão, a polícia prendeu 12 pessoas. E somente 13 armas foram recuperadas.
Essa foi apenas mais uma das tentativas dos governantes para pacificar o conjunto de favelas dominado por facções criminosas. O saldo comum entre todas as promessas foi o mesmo: tiroteios e mortes.
fonte:g1