Ambientada em uma cidade como São Paulo, que é conhecida - graças ao cantor Criolo - por não ser muito afeita ao amor, e com jovens moradores de uma geração imediatista, viciada em celulares e em redes sociais, a história de amor de Kaio Siqueira e Lorena Marques, ambos com 24 anos, começou quase à moda antiga.
Isso porque, nos primeiros contatos, eles optaram por mandar bilhetes em vez de trocar números de celular ou DMs nas redes sociais para se conhecer.
Entre o final de 2021 e o começo de 2022, além de terem a mesma idade, 21 anos, os dois tinham três coisas em comum:
-eram vizinhos de casa e do trabalho
-as linhas de ônibus
-e o ponto em que esperavam o ônibus 2011-10 - que faz 48 paradas entre a Praça Lupércio Morelatto e o Terminal Santana, na Zona Norte - ou o 174M - com 64 paradas entre a Rua Agostinho Gomes e a Praça Diamantino de Jesus e que liga a Zona Leste à Norte.
E foi nesse contexto que eles se viram pela primeira vez.
"Até hoje eu lembro: eu o vi no ponto de ônibus e pensei: 'Hum, que bonitinho, né?', mas como eu não o conhecia, pensei: 'Acho que eu nem vou ver de novo, ele deveria estar aqui pelas redondezas só hoje e não vou ver mais'", relata Lorena.
Mas, graças às similaridades na rotina dos dois, eles passaram a se encontrar com uma certa frequência.
"Eu trabalhava em uma agência bancária e, todos os dias, quando eu saía para pegar o ônibus, tinha uma menina morena linda, maravilhosa, com os cabelos enormes e que chamava muito a minha atenção", conta Kaio. "Tinha dia que eu chegava ao ponto e, quando eu via que ela estava lá, eu já ficava um pouco mais feliz porque era chance de pegar o ônibus com a crush."